Agenda do Clima Dia 10: propostas em debate no décimo dia da COP30

    Estamos na metade da segunda semana de debates e propostas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima(COP30), em Belém(PA), iniciada dia 10 de Novembro, indo até o dia 21 deste mês, apresentando iniciativas para frear o aumento da temperatura média do planeta em um alerta para a urgência em reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

    Junto a líderes mundiais, cientistas e organizações não governamentais, representantes da sociedade civil e empresas verdes inovadoras também participam do esforço de colaboração para que a temperatura média do planeta não ultrapasse os 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme acordado 2015.

    Hoje o destaque foi para o desenvolvimento agrário e a agricultura familiar na ação climática; A União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária falou em cooperação internacional para a agricultura familiar e comentou o papel do cooperativismo sustentável no enfrentamento à crise climática. O Fórum Rural Mundial propôs um mutirão climático na agricultura familiar na liderança global para a adoção de sistemas alimentares resilientes e sustentáveis. O programa Global REDD Early Movers Mato Grosso falou sobre inovações e sustentabilidade na ação climática em agricultura familiar e comunidades tradicionais do Mato Grosso. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar trouxe em debate agricultura familiar e reforma agrária na agenda climática global como o eixo da justiça socioambiental, a relação entre agricultura familiar, vulnerabilidade climática e territórios prioritários, e a convivência com o Semiárido, mencionando agroecologia, resiliência, sustentabilidade e desertificação. O Ministério da Agricultura e Pecuária apresentou a PLACA (Plataforma Regional Liderada por Ministérios de Agricultura da América Latina e Caribe), para fornecer impulso à ação climática coordenada no setor agropecuário, e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil falou sobre regularização ambiental, debatendo como escalar a retificação do Cadastro Rural no Brasil.

    A participação das mulheres também foi debatida hoje, com o Ministério das Mulheres falando sobre o futuro construído pelas mulheres, clima e justiça. O Ministério da Pesca e Aquicultura abordou o papel das mulheres na resiliência e adaptação da pesca artesanal e da aquicultura, enquanto a Marcha Mundial das Mulheres propôs uma economia feminista para a justiça climática.

    As Kumirayoma Yanomami como as guardiãs do bemviver e o enfrentamento à crise climática foram o tema apresentado pela Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma- Amyk, e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil falou sobre NDC Indígena, citando o exemplo dos povos e territórios indígenas como resposta à crise climática.

    Destaque de ontem e anteontem, as florestas continuaram sendo tema principal de boa parte do debate desta quarta-feira, com foco na Região Amazônica. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial apontou a Bioeconomia como caminho da transição ecológica e para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. A Federação das Indústrias do Estado do Pará defendeu a rastreabilidade como pilar para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima debateu as concessões florestais em relação à conservação, restauração e carbono, propondo conectar atores-chave para impulsionar a Amazônia Sustentável, enquanto o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos analisou os custos de inação em mudança climática na Bacia Amazônica e as capacidades estatais para a região.

    A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura propôs a inclusão da sociedade civil como corresponsável pela meta coletiva de restaurar 12 milhões de hectares. O MMA falou sobre o papel da prevenção e da ação global contra os incêndios florestais na mudança do clima, e o Banco Nacional do Desenvolvimento relatou os aprendizados e desafios na jornada do BNDES no apoio à florestas e à sociobiodiversidade.

    O Ministério do Turismo falou sobre ação climática no turismo por um futuro de baixo carbono e resiliente ao clima, e apresentou o turismo de base comunitária e a Rota do Combu, unindo sustentabilidade, cultura e empoderamento local.

    O Grupo Carta de Belém apresentou os Sistemas Jurisdicionais Subnacionais de Redd+, falando sobre o direito de consulta prévia, livre, informada e de boa-fé. O WRI Brasil defendeu o financiamento inovador para uma transição justa e verde, e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome falou sobre o papel fundamental do combate à fome e à pobreza para a Justiça Climática, inserindo a perspectiva de desenvolvimento humano no centro da ação climática e das estratégias de adaptação.

    Sobre o tema dos biocombustíveis, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia debateu a diversificação do etanol, falando sobre blending, SAF e biocombustíveis marítimos.

    Preparando para os debates de amanhã, 20/11, a Coalizao Negra por Direitos falou hoje sobre a atuação dos povos afrodescendentes na preparação para a COP30, sobre bem viver e reparação.

    Confira a tabela com a programação informando os horários e auditórios onde serão apresentadas as propostas do Dia 11 nas Zona Verde e Zona Azul.


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