Agenda do Clima Dia 5: propostas em debate no quinto dia da COP30

    Desde 10 de Novembro até o dia 21 deste mês, acontece em Belém(PA) a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima(COP30), discutindo iniciativas para conter o aumento da temperatura média do planeta e alertando para a urgência em reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

    Entre líderes mundiais, cientistas e organizações não governamentais, representantes da sociedade civil e empresas verdes inovadoras também são incluídos no esforço de colaboração para que a temperatura média do planeta não ultrapasse os 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme acordo assinado em 2015.

    As propostas de hoje concentraram-se nos setores de finanças e transportes, e o dia começou mostrando dois extremos; enquanto o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços defendeu o projeto Recircula Brasil, que visa transformar a indústria por meio da circularidade, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores aprensentou, em inglês, um estudo sobre as emissões de carbono da indústria automotiva no Brasil: Carbon Footprint of Brazilian Automotive Sector: A Cradle-to-Grave View.

    A descarbonização dos transportes foi assunto dos debates conduzidos pela Motiva Infraestrutura de Mobilidade, pelo Serviço Social do Transporte e pelas organizações Marcopolo, MBC, IndustryAll e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, propondo uma coalizão para Descarbonização dos Transportes e pactos multiníveis para a descarbonização do setor, apresentando experiências globais com modalidade sustentável. O Ministério dos Transportes apresentou metas para logística até 2050, antecipando riscos climáticos nas infraestruturas e a Confederação Nacional do Transporte defendeu a adoção de Financiamento Verde e Políticas Econômicas para o Transporte Sustentável.

    Em relação aos combustíveis, O Instituto de Estudos Socioeconômicos mostrou que subsídios  aos combustíveis fósseis são ineficientes, debatendo entraves, desafios e perspectivas domésticas e globais, enquanto o Ministério de Minas e Energia relembrou os 50 Anos do Pró-Álcool como marco histórico no uso dos Biocombustíveis no Brasil.

    A questão energética também esteve em pauta, com o Instituto E+ Transição Energética debatendo abordagens político-econômicas para equidade social e prosperidade na construção de uma transição energética justa. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços também preocupou-se com a questão da justiça na transição energética, apresentando como solução a eficiência energética obtida por meio da redução de emissões combinada à geração de renda para impulsionar a nova indústria brasileira, enquanto a ASHOKA mostrou as inovações do Brasil para o acesso universal à energia e a WayCarbon defendeu a resiliência do Setor Elétrico como resposta às mudanças climáticas.

    Entre as soluções, a produção de hidrogênio foi tratada pela primeira vez desde o início do evento, com a Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde propondo o Hub de Hidrogênio, com exemplo do Pecém como solução compartilhada eficiente para a viabilização de projetos produtores de hidrogênio, e o Ministério da Fazenda propondo leilões como ferramenta de financiamento para a produção de hidrogênios de baixa emissão de carbono com base na experiência global.

    No setor financeiro, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) apresentou três propostas; a primeira inclui a criação de métricas financeiras para natureza visando a aceleração de Finanças para Natureza e Clima, a segunda institui o EcoInvest, mecanismo financeiro inovador para alavancar a bioeconomia no Brasil. Instrumentos financeiros inovadores para o ecossistema brasileiro como forma de alavancar o financiamento climático também foram o tema da terceira proposta. Em proposta da Febraban, Anbima e CNseg sobre Investimentos Sustentáveis, debateu-se como os setores financeiros e de seguros poderão contribuir para o financiamento da transição climática. A Caixa Econômica Federal apresentou o conceito de Finanças verdes e lançou a Coalizão pela Habitação Net Zero 2050, além da nova ferramenta de Cálculo de Carbono da CAIXA para a Construção Civil. O Ministério da Fazenda abordou a questão das Lacunas de Seguros, falando sobre as consequências da crise climática e sobre técnicas de solução para a Transformação Ecológica.

    No mundo informatizado a automatizado, a agenda tecnológica da COP30 trouxe a Ernst & Young para demonstrar como utilizar a inteligência de dados a favor da Mitigação, Adaptação e Implementação do Plano Clima para minimizar as Perdas Climáticas.

    Motivo pelo qual o Brasil foi sede da COP este ano, o papel da biodiversidade na adaptação às mudanças climáticas tem sido discutido ao longo do evento e, hoje, o tema das áreas protegidas foi assunto de proposta do MMA para integrar biodiversidade, clima e pessoas no enfrentamento à crise climática.

    Em relação às pessoas, embora o debate de hoje tenha sido centrado nas áreas financeira, energética, industrial e de transporte e combustíveis, a questão social não deixou de ser debatida, com o Ministério de Minas e Energia propondo o avanço das Cozinhas Solidárias Sustentáveis no Brasil, a AstraZeneca relacionando saúde e clima, discorrendo sobre como o Programa Farmácia Popular pode contribuir para a descarbonização do SUS, e a Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração falando sobre Empregos Verdes e Juventude.

    Confira a tabela com a programação informando os horários e auditórios onde serão apresentadas as propostas do Dia 6 nas Zona Verde e Zona Azul.



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